Atriz usou as redes sociais para fazer relato dos problemas vivenciado pelos indígenas - Crédito: Reprodução/RedesSociaisA atriz Dandara Queiroz, 26 anos, conhecida por interpretar Benvinda na novela 'No Rancho Fundo', da TV Globo, veio a Dourados recentemente para gravar um trabalho comercial e ficou inconformada com a realidade da Reserva Indígena, composta pelas aldeias Jaguapiru e Bororó.
Em um vídeo publicado nas redes sociais, ela denunciou a falta de água na comunidade, que há anos enfrenta esse problema.
“Venho aqui através desse vídeo pedir ajuda de vocês porque a maior reserva indígena em contexto urbano do Brasil, que fica situada no estado do Mato Grosso do Sul, em Dourados, sofre há muito tempo com a questão de falta de água”, afirmou Dandara.
A atriz, que é de origem tupi-guarani e cresceu em Três Lagoas, relatou que esteve na reserva durante o feriado de Carnaval e se deparou com temperaturas de 38ºC, mas sem água disponível para a população. “São mais de 20 mil indígenas ali na aldeia Bororó e Jaguapiru. E eles não têm água”, destacou.
Emocionada, ela contou que presenciou a dificuldade dos moradores para se hidratar e manter a higiene. “Ver a necessidade daquelas pessoas, a sede, a falta de água pra se refrescar, pra tomar um banho... Isso me deixou muito triste e indignada”, disse. Segundo Dandara, ao questionar sobre a falta de abastecimento, soube que o problema é recorrente e persiste há anos.
Dandara também relatou que distribuiu os galões de água que tinha no carro para os moradores. “Deixamos lá, então eu os vi racionando os litros entre as famílias que estavam ali. O caminhão-pipa vai uma vez por semana. No feriado ele não foi, então já faziam duas semanas que essas pessoas estavam sem água”, revelou.
Veja o vídeo:
Problema antigo e impasse na solução
A crise no abastecimento de água na Reserva Indígena de Dourados se arrasta há anos. Em novembro do ano passado, após um período de seca que agravou ainda mais a situação, indígenas bloquearam a rodovia MS-156 por quatro dias em protesto contra a falta de água.
O ato resultou em confronto com policiais do Batalhão de Choque.
O protesto só foi encerrado após um acordo entre lideranças indígenas e representantes do governo estadual e federal, que prometeram a perfuração de poços artesianos para solucionar o problema.
No dia 4 de dezembro do ano passado, a Secretaria de Estado de Cidadania publicou um termo de fomento para a construção de um poço artesiano, com um investimento de R$ 490 mil em um contrato de dois anos.
Além disso, a União abriu um processo licitatório no último dia 24 de fevereiro para ampliar e melhorar o abastecimento de água na reserva.
Conforme o edital, a medida tem como objeto a “contratação de empresa especializada em obras e serviços de engenharia para realizar ampliação e melhorias do sistema de abastecimento de água das Aldeias Jaguapiru e Bororo, respectivamente, nos municípios de Dourados e Itaporã”.
Atualmente, os moradores da Reserva Indígena de Dourados continuam dependendo do abastecimento por caminhões-pipa.
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