Por muito tempo o ovo foi considerado um vilão da alimentação, devido a sua quantidade de colesterol, porém diversos estudos demonstram a não-associação entre a ingestão de ovos e o desenvolvimento de doenças cardiovasculares.
Segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia a recomendação sobre o consumo de ovos tem sido revista, devido aos diferentes efeitos encontrados nos indivíduos e pesquisas sugerem que a grande quantidade de nutrientes presentes no ovo pode contribuir para controlar o elevado colesterol.
O ovo é um alimento fonte de vários nutrientes, como vitaminas A, D, E, B2 , B9, B12 e colina; minerais e proteínas de alta qualidade. A clara do ovo é rica em proteínas e a gema em lipídeos, vitaminas, minerais e compostos bioativos que melhoram os níveis de marcadores inflamatórios (substâncias relacionadas às alterações metabólicas e ao desenvolvimento de doenças crônicas, como as cardiovasculares e o câncer) e os níveis plasmáticos de HDL-c, quando inseridos em uma alimentação saudável.
Vale esclarecer, que apesar de o ovo ser rico em colesterol, a ingestão de um ovo ao dia para a população em geral, inclusive pessoas dislipidêmicas, não aumenta os níveis séricos de colesterol e o risco cardiovascular, desde que seja consumida a forma cozida, sejam limitados outros alimentos ricos em colesterol na dieta, como carne vermelha, leite integral, embutidos e outros alimentos de origem animal, e que se mantenham hábitos de vida saudáveis.
O caminho certo é não é proibir o consumo de ovos, mas sim controlar a quantidade consumida, mesmo porque há uma infinidade de benefícios no alimento, além de se tratar de um alimento completo e de alta qualidade e preço acessível, torna-se um alimento mundialmente consumido.
Se inseridos em uma dieta variada, os ovos podem ser consumidos diariamente, desde que em quantidades moderadas. O consumo excessivo da proteína do ovo (albumina) pode provocar reações alérgicas e hipersensibilidade alimentares. No mais, inclua ovos na alimentação e evite os fritos e prefira os cozidos, mexidos, omeletes, grelhado, poché (cozido em água) ou como ingredientes nas mais diversas receitas.
*Mestra em Alimentos, Nutrição e Saúde - Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD), Especialização em Nutrição Esportiva pela faculdade de Ensino Superior de São Miguel do Iguaçu - FAESI e Pós-graduação em Terapia Nutricional, Nutrição Clínica e Fitoterapia pela Faculdade Ingá- Maringá (PR). Escreve para o Dourados News.