O colágeno é a proteína mais abundante do organismo humano, composto por aminoácidos essenciais. Os aminoácidos essenciais são naturalmente produzidos, mas em situações de alta demanda (traumas, cirurgias, esporte, crescimento ou envelhecimento) o consumo de alimentos fontes destes aminoácidos torna-se indispensável. Muitos fatores diferentes agravam o processo de envelhecimento da pele, incluindo envelhecimento intrínseco, irradiação, consumo de uma dieta não balanceada e deficiências de micronutrientes relacionadas ao estresse.
Estudos têm mostrado que a redução dependente da idade na síntese de colágeno pode ser revertida pela administração oral de peptídeos bioativos de colágeno específicos e o seu uso na forma de suplementação oral com o intuito de minimizar os sinais do envelhecimento cutâneo não é recente. No entanto, existem poucos estudos e publicações nesse contexto, o que coloca em dúvida o seu real efeito, pois carecem de regulamentações sobre qualidade, absorção e eficácia. Os contrastes em quantidade e qualidade do colágeno utilizado, assim como os aditivos adicionados, demonstram a necessidade de determinar a formulação e dosagem adequada de colágeno para cada indicação dermatológica, com a hipótese de que pacientes com comorbidades múltiplas podem requerer uma dosagem mais alta de colágeno ativo.
Um ponto que cabe a ser destacado é que nem todos os suplementos de colágeno são desenvolvidos de forma semelhante. A concentração e composição dos peptídeos bioativos de colágeno deve ser considerada. Os suplementos de venda livre disponíveis frequentemente incluem ácido hialurônico, vitaminas e minerais, adicionando assim outra camada de complexidade às discussões médico-paciente sobre o suplemento de colágeno.
No entanto, quando a suplementação de colágeno é realizada adequadamente pode atenuar os efeitos do envelhecimento da pele, mas para isso é importante associar a suplementação a uma alimentação que forneça os nutrientes adequados para a saúde da pele e uma boa hidratação.
Acrescente-se, ainda, que para a suplementação de colágeno é necessário que se tenha disponível no organismo humano os cofatores da síntese endógena, que são a vitamina C, o ferro, o zinco, a vitamina A e o silício. Portanto, é preciso ter uma alimentação equilibrada, caso contrário, não haverá matéria-prima para a produção de colágeno, pois ingerir colágeno não significa em mais colágeno na pele, mas caso o corpo esteja funcionando adequadamente e com toda matéria-prima necessária (aminoácidos, vitaminas e minerais), o colágeno será sintetizado e assim funcionará efetivamente.
É importante a supervisão nutricional e dermatológica, especialmente em mulheres grávidas ou lactantes que utilizam suplementação de colágeno. Em síntese, cada caso deve ser analisado individualmente para uma avaliação e prescrição correta, uma vez que as fórmulas e produtos fitoterápicos utilizados podem conter elementos químicos que, em excesso, podem apresentar riscos para a saúde e causar efeitos secundários. A suplementação de colágeno deve ser prescrita por um especialista.
*Mestranda do Programa de Alimentos, Nutrição e Saúde - Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD), Grupo de Pesquisa em Biologia Aplicada à Saúde - UFGD, Especialização em Nutrição Esportiva pela faculdade de Ensino Superior de São Miguel do Iguaçu - FAESI e Pós-graduação em Terapia Nutricional, Nutrição Clínica e Fitoterapia pela Faculdade Ingá- Maringá (PR). Escreve para o Dourados News.