A 13ª edição da etapa nacional das Paralimpíadas Escolares, em São Paulo-SP, está marcada pela inclusão de uma classe específica para os atletas com Síndrome de Down, alteração genética causada por erro na divisão celular. A competição, que teve início na segunda-feira (18.11) e se estende até sexta-feira (22.11), tem a participação de 55 jovens com o distúrbio genético.
Esta é a primeira vez em que há disputas de atletismo e natação com classe especialmente voltada aos atletas com esse comprometimento. Mato Grosso do Sul tem no plantel do desporto aquático dois atletas com a Síndrome: Flávio Augusto Diniz e Matheus Ota Hirasaka.
Flávio Diniz, de 14 anos, já entrou na piscina nesta terça-feira (20.11), dia inicial de provas na modalidade, e faturou a medalha de ouro nos 25 metros costas, na classe S21. “Gostei muito de nadar nesta piscina. Sempre amei água”, disse o sul-mato-grossense, em entrevista à assessoria de imprensa do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB).
O paratleta começou a praticar natação neste ano, segundo a técnica Maristela Amaral. Para ela, é significativamente importante a prévia mudança proporcionada pelo CPB este ano, incluindo os Down. “Aliás, acho que já tinha passado da hora de ter uma classe só para os Down. Na verdade, eles competem junto aos participantes com deficiência intelectual e não é justo. As características do Down são bem diferentes”.
“Como a síndrome de Down não tem disputas exclusivas nos Jogos Paralímpicos e nos Mundiais, nós achamos importante dar essa oportunidade. A diferença é que separamos dos outros atletas com deficiência intelectual, pois reconhecemos uma 'desvantagem‘ física em relação a eles”, explicou o coordenador do departamento de desporto escolar do CPB, Ramon Pereira.
De acordo com o coordenador da Confederação Brasileira de Desportos de Deficientes Intelectuais (CBDI), Roberto Di Cunto, o atleta com Down tem comprometimento físico mais acentuado. “Os músculos são mais fracos, os movimentos mais lentos. Eles também têm maior comprometimento intelectual, dificuldade para entender. Então, não competem em pé de igualdade com os atletas da classe S14, que têm deficiência intelectual e nenhum déficit físico. Essa abertura foi uma sementinha que vai incentivar novos atletas”.
A técnica de Flávio, Maristela Amaral, ressalta que em muitos eventos nacionais de natação, os atletas com Síndrome de Down participação de competições à parte, de forma amigável, sem pontuação e ranqueamento. “Nestes casos, tem de falar a este atleta que ele vai competir para participar”. Ela é uma defensora de longa data da inclusão de uma classe específica a estes atletas. “Eles não podem competir com um atleta com deficiência intelectual, até porque está é dividida em subclasses, do grau leve ao mais comprometido. Colocar o Down na mesma classe eu não acho justo. Down tem de competir com Down”.
Flávio Augusto ainda participará da prova dos 25 metros livre. Matheus Ota Hirasaka, por sua vez, entra na água pela primeira vez nesta quinta-feira (22.11). Ele competirá nos 50 e 100 metros livre.
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