O final de semana promete ser, no mínimo, tumultuado para o Partido dos Trabalhadores. Em pauta, a identidade, um ano de governo e expulsões de membros do partido. A aguardada reunião do diretório nacional do PT acontece em Brasília e começa neste sábado, mas só está prevista para terminar no domingo. Lula não estará presente, seguindo orientações de seus assessores. Na ocasião, será anunciada uma decisão que já foi decidida há muito tempo. A senadora Heloísa Helena (AL) e os deputados Luciana Genro (RS), João Batista de Araújo (PA) e João Fontes (SE) devem ser expulsos do partido. Qualquer anúncio diferente será uma grande surpresa. Manifestantes prometem fazer barulho contra decisão. Servidores públicos (já que os "rebeldes" votaram contra a Reforma da Previdência) e membros do MST constituem os principais grupos de protesto. Toda essa discussão em torno das expulsões e dos rumos do governo remetem a um ponto crucial: a identidade do PT. O partido está completamente rachado desde que assumiu o governo. De um lado, os "radicais", que cobram uma coerência em relação às origens do partido - e que estão decepcionados com as decisões tomadas neste primeiro ano de governo. De outro, os "moderados", que defendem a articulação política e a unidade do partido. E não pára por aí. As facções proliferam dentro do partido, do "Fora FMI" aos que defendem o governo a qualquer custo. O expurgo dos "rebeldes" é uma tentativa de diminuir este problema. A principal pauta na agenda do encontro é o social. O PT tenta, mais uma vez, uma resolução política que aponte para medidas voltadas para o lado social. No centro dos debates, o Ministro da Fazenda, Antonio Palocci, discute se a verba aplicada em programas sociais está reduzindo a pobreza. O Ministro-Chefe da Casa Civil, José Dirceu, por sua vez, irá falar sobre as articulações políticas do PT e sobre as perspectivas para 2004. E Celso Amorim, Ministro das Relações Exteriores, traz aos colegas de partido um balanço geral das negociações sobre a Alca.