Nesta quinta-feira (18), a Justiça decretou prisão preventiva de onze suspeitos de envolvimento em disputa entre as facções criminosas PCC- Primeiro Comando da Capital- e Comando Vermelho. Um “acerto” entre os grupos motivou a morte de José Carlos Louveira Figueiredo encontrado decapitado, na cachoeira do Céuzinho, em Campo Grande, em novembro de 2017.
A vítima estava com pés e mãos amarrados. Conforme denúncia oferecida pelo Ministério Público, os suspeitos são membros do PCC e sequestraram, no dia 18 de novembro de 2017, duas pessoas em frente a um comércio no bairro Jardim São Conrado, sendo uma delas menor de idade. Eles foram, então, mantidos em cárcere privado por dias, tendo sido transportados para outros esconderijos espalhados pela cidade e localizados no próprio Jardim São Conrado, no Jardim Noroeste, no bairro Taveirópolis e nas Moreninhas.
De acordo com o divulgado pelo Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul, embora o menor de idade tenha sido liberado três dias depois, o outro homem foi mantido prisioneiro até ser sentenciado pelo próprio PCC à morte.
Assim, depois de ter sido interrogado e submetido a intenso sofrimento físico durante todo o período, o prisioneiro foi decapitado por alguns dos suspeitos. O corpo e a cabeça foram envoltos em um cobertor e em sacos plásticos, postos no porta-malas de um carro e jogados em pontos diferentes da região conhecida como “Inferninho”.
Ainda segundo o narrado pelo Ministério Público, os crimes teriam ocorrido em razão do homem ter agredido anteriormente o filho de um dos suspeitos e devido à possível ligação dele com o Comando Vermelho, facção rival à dos ora denunciados.
Os 11 apontados como envolvidos foram denunciados como incursos nos crimes: organização criminosa; sequestro e cárcere privado; ocultação de cadáver; e homicídio qualificado por motivo torpe, meio cruel e recurso que dificultou a defesa da vítima.
Ao receber a denúncia, o magistrado Carlos Alberto Garcete, por considerar presentes os requisitos legais, atendeu o pedido do delegado titular da Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes de Homicídios e decretou de imediato a prisão preventiva de todos os suspeitos.
“É evidente que crimes desta natureza – homicídio doloso qualificado, ocultação de cadáver, sequestro, cárcere privado e organização criminosa – trazem em seu bojo inquietação e insegurança à sociedade, notadamente quando há notícia de que procedem de grupos criminosos como o Primeiro Comando da Capital (PCC), o que faz emergir o fundamento da ordem pública”, argumentou o juiz ao decretar a prisão.
Com informações do TJMS