Em depoimento na Subcomissão Permanente da Amazônia no Senado, o ex-presidente da Funai(Fundação Nacional do Índio), Eduardo Almeida, confirmou a existência de grupos organizados dentro da instituição destinados a desestabilizar o que chamou de verdadeiro trabalho em defesa da manutenção da cultura, dos costumes e da história dos povos indígenas, em favor de interesses de grupos econômicos, principalmente os ligados aos madeireiros e mineradores. Pressionado pelo senador Mozarildo Cavalcanti (PPS-RR), o ex-presidente da Funai, entretanto, se negou a citar os nomes das pessoas que, segundo ele, fazem parte da “máfia” que controla a instituição e tenta prejudicá-la. Mozarildo considerou “uma leviandade” as acusações de Eduardo Almeida já que, durante todo o depoimento, conforme observou, sequer concedeu uma única pista para que os membros da subcomissão pudessem iniciar uma apuração destinada a esclarecer as possíveis irregularidades.O ex-presidente da Funai denunciou também a existência do crime organizado dentro das áreas indígenas. Segundo ele, esses grupos atuam, principalmente, no tráfego de madeira e de armas. E disse que tanto a Polícia Federal quanto a Funai estão desaparelhadas para combater os criminosos.