Houve recuo nas cinco atividades investigadas, com destaque para transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio, que apontou a retração mais intensa (-9,5%) da série histórica iniciada em janeiro de 2011.
Indústria desaba
Em maio, a indústria brasileira recuou 10,9% no mês na comparação com abril. Foi a maior queda do setor desde dezembro de 2008, quando a crise internacional prejudicou a indústria e derrubou a produção em 11,2%. O mês de maio mostrou também o segundo pior resultado da série histórica iniciada em 2002.
Também afetada pela greve, a produção de veículos no Brasil caiu 15,3% em maio, frente ao mesmo período do ano passado, segundo a Anfavea. É a primeira queda neste tipo de comparação desde outubro de 2016, interrompendo uma sequência de 18 meses de altas.
A análise detalhada do desempenho do setor em maio mostrou que a indústria caiu em 14 dos 15 locais pesquisados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Varejo piora
As vendas do comércio varejista brasileiro caíram 0,6% em maio na comparação com abril. Foi a primeira queda registrada neste ano. Todas as atividades do comércio tiveram perdas em maio, à exceção de hipermercados e supermercados.
Piora na percepção de risco do Brasil
A resposta do governo para encerrar a greve foi mal vista pelo mercado. A paralisação dos caminhoneiros resultou na queda do presidente da Petrobras, Pedro Parente. Foi na gestão de Parente que a estatal definiu a política de preços para combustíveis.
Para analistas, ao ceder para os caminhoneiros, a imagem que ficou é que o governo voltou ceder a pressões políticas e perdeu credibilidade no mercado.
Com essa piora da visão, houve uma rodada de detorioração dos ativos brasileiros, uma clara sinalização de aumento de mau humor dos investidores com o país. No auge da turbulência, o dólar superou a barreira dos R$ 4 e a bolsa de valores perdeu o patamar de 70 mil pontos.
Inflação dispara
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu para 1,26% em junho - em maio, marcou apenas 0,4%. Foi a maior taxa para o mês de junho desde 1995, quando ficou em 2,26%. E foi a primeira vez desde janeiro de 2016 que o índice fica acima de 1,%.
Em junho, o grupo alimentação e bebidas foi o que mais influenciou o resultado mensal, sendo responsável por 0,50 ponto percentual da composição da taxa no mês. As principais altas ficaram com o leite longa vida (de 2,65% em maio para 15,63% em junho) e o frango inteiro (de -0,99% em maio para 8,02% em junho).