O dólar fechou em leve baixa ante o real nesta sexta-feira (19) pelo terceiro pregão seguido, mas manteve-se no patamar de R$ 3,20 reais, com a pressão do ingresso de recursos estrangeiros e fraqueza da moeda norte-americana no exterior sendo compensada pela cautela em torno do julgamento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na próxima semana, destaca a Reuters.
A moeda dos EUA recuou 0,26%, R$ 3,2013 na venda, menor patamar de fechamento desde os R$ 3,1898 de 20 de outubro passado.
Na semana, a queda foi de 0,15%. Foi a quarta semana consecutiva de perdas, período no qual cedeu 3,99%. No ano, a moeda caiu 10 dos 14 pregões, acumulando na parcial do mês desvalorização de 3,41%.
"Essa região de R$ 3,20 é difícil de ser furada. Mas se houver uma surpresa favorável ao mercado no dia 24, acredito que isso pode acontecer", avaliou à Reuters o diretor da consultoria de valores mobiliários Wagner Investimentos, José Faria Júnior, citando a data do julgamento de Lula.
Condenado em primeira instância a 9 anos e meio de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, o ex-presidente pode se tornar inelegível se for condenado em segunda instância pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região.
Mesmo depois de o Brasil ter sido rebaixado pela agência de classificação de risco S&P na semana passada e com o cenário político desafiador à frente, que inclui a tentativa de votação da reforma da Previdência, o dólar já acumula queda de pouco mais de 3 por cento neste ano até a véspera.
"Temos visto bastante ingresso de recursos no país e isso ajuda o real a estar mais forte que suas equivalentes no exterior nesta sessão", explicou o gerente da mesa de câmbio do banco Ourinvest, Bruno Foresti.
Exterior
No exterior, o dólar opera misto ante divisas de países emergentes, mas cai contra uma cesta de moedas fortes devido às preocupações com a possibilidade de paralisação do governo dos Estados Unidos se não for aprovado projeto de financiamento.
A Câmara dos Deputados norte-americana aprovou na quinta-feira projeto de lei para financiar as operações do governo até 16 de fevereiro e evitar a paralisação das agências neste fim de semana, quando o financiamento existente vence. O projeto ainda precisa ser aprovado pelo Senado, onde enfrenta um futuro incerto.