Foi condenado nesta quinta-feira, dia 21 de fevereiro, a quatro anos de prisão, em regime aberto, o sargento aposentado da Polícia Militar Valdecir Ferreira, de 58 anos. De acordo com os autos, o réu matou com quatro tiros Kátia Campos Valejo, de 35 anos, com quem teve um relacionamento. O crime aconteceu em outubro de 2016.
Valdecir disse ao juiz e aos jurados que não apertou o gatilho e que a vítima teria pegado sem autorização a arma dele, um revólver calibre 38, que estava debaixo do colchão. Ele ainda afirmou que escondeu a arma e Katia teria pego o revólver, o ameaçou e pediu dinheiro .
O sargento confirmou que teve um relacionamento breve com a vítima e que teriam se encontrado por três vezes. A defesa tentou absolvição ou que a pena fosse minimizada, alegando que o cliente agiu para se defender.
De acordo com o advogado do sargento, José Roberto Rodrigues Rosa, o condenado chegou a ficar preso dois meses e conseguiu autorização da Justiça para responder ao processo em liberdade.
No julgamento, nenhuma testemunha foi convocada e o sargento se dispôs a responder as perguntas do juiz e se defendeu da acusação de homicídio doloso, quando há intenção de matar.
O crime
O crime foi no dia 17 de outubro de 2016, dentro da casa do sargento aposentado. Segundo os autos, o policial atirou quatro vezes contra a companheira. Os disparos de arma de fogo atingiram a região da cabeça e tórax.
Depois disso, o suspeito se escondeu na casa de uma filha e no sítio de um irmão. A vítima foi encontrada morta no banheiro da casa do suspeito por uma filha do policial.
Dois dias depois, Ferreira compareceu à Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam) e assumiu a autoria do crime. O policial disse que só atirou porque Kátia teria pego a arma e exigido dinheiro.
Na época, a delegada Fernanda Félix liberou Ferreira depois do depoimento. Ele iria responder em liberdade porque não houve flagrante e tem endereço fixo. Mas o suspeito tem antecedentes criminais por ameaça e tentativa de homicídio.
O sargento da PM se aposentou em 2010 depois de 27 anos de serviços prestados a Polícia Militar. E mesmo na reserva, ele mantinha porte de arma, o que é permitido por lei.