Da Redação
Após anunciar a criação do ‘Pacto pelo Desenvolvimento da Rede Ferroviária’ com a empresa Rumo ALL, no último dia 11 de junho, o Governo do Estado se reuniu novamente na manhã de hoje (22) com a empresa para a apresentação e discussão do Pacto. O encontro aconteceu na Governadoria e teve a participação de representantes da bancada federal e dos senadores Simone Tebet e Waldemir Moka.
De acordo com o governador Reinaldo Azambuja durante o encontro foram apresentados os estudos e as condições da ferrovia que o Grupo Cosan (Rumo Logística) herdou com a fusão com a América Latina Logística (ALL) e que já foi estipulado um prazo de 60 dias para apresentação de um projeto. “No dia 24 de agosto vamos apresentar os investimentos necessários e os passos que daremos para que Mato Grosso do Sul tenha uma ferrovia competitiva e viável”, disse. Ainda segundo Reinaldo o mais importante é que o estudo irá mostrar a cada parceiro o compromisso de cada um, ou seja, do Governo Federal, da bancada, da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), do Estado e da Rumo ALL com a iniciativa privada.
A previsão é de que a Rumo realize os estudos de investimentos e o Estado faça o licenciamento ambiental de alguns trechos que necessitem de desapropriação para retificação do traçado da ferrovia.
Para o presidente da Rumo, Júlio Fontana, ferrovia só existe se há movimentação e Mato Grosso do Sul é um estado sempre viável para a empresa, pela economia forte. “A única questão é que atualmente temos um problema geográfico de concentração de carga no sul do Estado. O que torna mais fácil e barato ir de caminhão até o Paraná e exportar pelo Porto de Paranaguá, mas se houver a possibilidade de vir para Campo Grande e usar a ferrovia que está disponível obviamente que isso será feito”, ponderou.
Ainda segundo Fontes atualmente transporta-se celulose em maior quantidade que anteriormente, o transporte de minério continua normal, mas o único produto que não trafega por questão de segurança é o combustível. “Pela condição da malha e não vamos colocar em risco a população nem o meio ambiente”, explicou.
Rumo ALL e MS
O Governo do Estado e a bancada federal tem lutado contra a desativação das linhas ferroviárias em Mato Grosso do Sul, a redução das atividades e de uma possível quebra de contratos, advindos da fusão da Rumo com a ALL, concessionária responsável pelo trecho ferroviário Corumbá/MS – Bauru/SP.
Atualmente a empresa já demitiu 20% do quadro de trabalhadores do setor no Estado e transferiu funcionários para outras regiões. Enquanto alega que o andamento da ferrovia sul-mato-grossense depende da demanda de produtos, a Rumo ALL anunciou no início deste mês um investimento de R$ 2 bilhões na malha ferroviária do Paraná, nos próximos cinco anos. A aplicação dos recursos resultará em aumento de 60% no volume transportado pelos trilhos paranaenses e o montante faz parte de um pacote que pode chegar a R$ 8 bilhões, em todo o País. No entanto, a Rumo ALL havia feito qualquer investimento em Mato Grosso do Sul.
No último dia 11 de junho, após encontro com dirigentes da ANTT e com Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), o governador Reinaldo Azambuja encontrou o presidente da Rumo/ALL, em São Paulo, onde buscou informações sobre o plano de investimentos da empresa para o Estado. Do encontro resultou o ‘Pacto pelo Desenvolvimento da Rede ferroviária’, que elaborará um plano de viabilidade para o desenvolvimento do modal ferroviário que atenda as demandas de MS.
A linha Corumbá/MS – Bauru/SP é um importante eixo logístico para escoamento da produção de Mato Grosso do Sul, especialmente para as commodities de minério de ferro, complexo de soja e complexo de celulose e para o transporte de combustíveis.