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Demanda alta e baixos estoques devem manter preços elevados

17 maio 2011 - 12h55

“O mundo vive o maior choque de demanda desde a década de 70. Os estoques internacionais disponíveis de grãos, como trigo, milho e soja, por exemplo, atendem apenas a 20% da necessidade mundial. Isso nos mostra um cenário de oportunidades e responsabilidades gigantescas”, com esta afirmação o analista econômico da consultoria em agronegócio Agroconsult, André Pessoa, abriu a palestra dele no Circuito Aprosoja, realizado na noite desta segunda-feira (16.05), durante a 47ª Expoagro de Dourados (MS).

O evento reuniu produtores, estudantes e profissionais de Dourados e dos municípios vizinhos interessados em obter informações sobre os cenários e perspectivas para a próxima safra de milho e soja no país. Em Dourados, o Circuito contou com a parceria da Associação dos Produtores de Soja do Mato Grosso do Sul, do Sindicato Rural de Dourados e da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul (Famasul).

Entre os fatores que André Pessoa citou como determinantes para este novo patamar que a agricultura mundial atravessa estão: crescimento acelerado da renda de países em desenvolvimento, como China, processo de urbanização acelerado e a combinação do uso de produtos agrícolas para a produção de biodiesel. “As pessoas estão consumindo mais. Pela primeira vez na história da humanidade, 1 bilhão de pessoas dormem com fome. Isso nos traz uma oportunidade e uma responsabilidade gigantescas”, destacou o analista.

De acordo com o consultor, este choque de demanda não é de fácil solução e também não será curto. “Nossa previsões na Agroconsult é que em 2023, em 2025, nós ainda estaremos vivendo esse momento, esta grande demanda”. Com relação aos preços da soja, André Pessoa, também projeta que a fragilidade dos estoques internacionais irá influenciar muito na manutenção dos preços da soja no patamar de US$ 13 o bushel. “Este cenário, na nossa avaliação, deve se manter até 2012”.

O presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Soja, Glauber Silveira, afirmou que o Brasil é extremamente estratégico dentro deste cenário. “Nós poderíamos aumentar ainda mais a produção de grãos e atender a esta demanda mundial por alimentos, mas não vamos conseguir, porque não temos investimento, infraestrutura, segurança jurídica. Aqui o Governo brasileiro acha que pode se dar ao ‘luxo’ de recusar os investimentos estrangeiros, que estão migrando para Rússia, Ucrânia”.

Silveira disse ainda durante sua palestra no Circuito Aprosoja que a organização do setor agrícola é fundamental para superar os obstáculos e conseguir manter a produção agrícola no Brasil em patamares competitivos. “É com este intuito que nós da Aprosoja Brasil estamos percorrendo os estados produtores de soja, para levar informações de mercado, comunicação, pesquisa, formação profissional, entre outros assuntos de interesse do produtor. Por isso a importância da união das Associações dos Produtores de Soja, para fortalecer o segmento e trabalhar em parceria na solução dos problemas. Não podemos desperdiçar esta oportunidade de aumentar a nossa produção”.

Segundo dados da Aprosoja Brasil, somente os estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Sul, Bahia, Pará e Piauí possuem Associações de Produtores de Soja constituídas. “Temos que expandir, temos que ir para Rondônia, para Roraima. Somente com a organização é que conseguiremos trabalhar pautas que ainda trancam o desenvolvimento do setor agrícola brasileiro”, disse Glauber Silveira, citando o exemplo da aprovação do novo Código Florestal em Brasília. “Quantos de vocês foram para Brasília, visitaram os gabinetes dos parlamentares dos seus estados, cobraram e mostraram a importância da aprovação do novo Código? Somente com a nossa união iremos superar as barreiras”, desafiou a plateia o presidente da Aprosoja Brasil.

Além do tema mercado, cenários e perspectivas da soja para a próxima safra, o Circuito Aprosoja em Dourados também tratou da Comunicação no Agronegócio com a palestra do jornalista e publicitário José Luiz Tejon, professor de Pós-Graduação da FGV e diretor do Núcleo de Agronegócios da Escola Superior de Propaganda e Markting (ESPM).

Depois de Dourados, o Circuito irá para Cascavel (PR) na próxima quinta-feira (19.05), Santo Ângelo (RS) na sexta (20.05), Rio Verde (GO), no dia 23, e encerra em Luis Eduardo Magalhães no dia 24.

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