O ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun (MDB), passou a tarde desta sexta-feira (7/12) na 4ª Brigada de Cavalaria Mecanizada – Brigada Guaicurus, em Dourados, para conhecer o Sisfron (Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteira) e ‘corrigir’ uma falha pessoal, conforme relatou ao Dourados News.
“Na semana passada estive em Campo Grande e participei da instalação dos radares da FAB (Força Aérea Brasileira) e me perguntaram sobre o Sisfron. Vi que era uma falha minha não ter conhecimento de como andava o projeto e agendamos essa visita hoje”, relatou.
Apesar do pouco tempo que ainda tem no cargo, já que o mandato do presidente Michel Temer (MDB) termina no próximo dia 31, Marun acredita que ainda assim poderá contribuir com o projeto, que sofreu nos últimos anos com o contingenciamento de gastos por parte do governo federal.
“Quem sabe nesses últimos dias eu possa contribuir para o fortalecimento desse trabalho do Sisfron, que é importante para a soberania nacional. Toda informação que recebemos aqui também estará disponível para a equipe de transição [do governo Jair Bolsonaro, que assume no dia 1º de janeiro]”, citou.
Visita
Essa é a segunda visita de integrantes do alto escalão do governo Temer a Dourados em pouco mais de duas semanas. No dia 22 de novembro, o ministro da Defesa, Joaquim Silva e Luna, esteve também na 4ª Brigada para conhecer o mesmo projeto.
Na ocasião, ele comentou sobre a falta de recursos para a implantação em definitivo do sistema que monitorará toda a fronteira oeste do Brasil.
Atualmente apenas a área de atuação de fronteira com o Paraguai, em Mato Grosso do Sul, recebe a tecnologia, comprometendo todo o processo de segurança pública.
“Para ter resultados agora, já precisaria estar atuando. É preciso de mais recursos, atualmente eles são insuficientes”, relatou, para completar em seguida: “o Brasil precisa cuidar de sua segurança, mas é necessário ver outras prioridades como educação e saúde”, relatou, ao falar sobre o orçamento.
O Sisfron
O Sisfron entrou e funcionamento em novembro de 2014 em Dourados, como piloto do projeto que visa monitorar toda a área de fronteira do país.
O investimento previsto era de R$ 12 bilhões e deveria estar implantado em sua totalidade até 2022, porém, com o contingenciamento de gastos do governo, os repasses caíram e o projeto não teve continuidade em outras regiões.
No sistema, uma central de comando e controle instalada na sede da Brigada Guaicurus monitora todas as ações ou operações desenvolvidas pelos militares na faixa de fronteira e gerencia possíveis ordens do comando para deslocamento de tropas, entre outras atividades de segurança.
Dezenas de caminhões estão equipados com salas modernas de monitoramento funcionam como unidades móveis de controle interligadas ao comando central.
Operadores tem acesso a computadores que estão conectados não apenas a sala de monitoramento dentro da Brigada, como também a satélites que detalham posicionamento e produzem imagens mais amplas.
Com o Sisfron, os militares que trabalham em ‘terra’ ou no ‘ar’, possuem equipamentos de câmera de última tecnologia e registram toda a ação.
Esses dados são transmitidos ‘ao vivo’ para as centrais de monitoramento e comando que armazenam os dados para definir estratégias futuras ou para definir movimentações imediatas durante as operações, como perseguição a criminosos, por exemplo. São utilizados ainda radares e sensores que identificam movimentações suspeitas e também aeronaves não tripuladas.